Os grupos para homens autores de violência têm como objetivo construir reflexões para prevenção e intervenção de violência doméstica e familiar contra a mulher, bem como desenvolver metodologias e diretrizes para atuação nestes grupos reflexivos e responsabilizantes. Com respaldo técnico comprovado, a reflexão destes homens viabiliza a reconstrução de conceitos e práticas. São, no mínimo, 8 encontros presenciais com pautas voltadas a violência, perspectiva de gênero, Lei Maria da Penha, a saúde do homem, tratativas de conflitos, projeto de vida e marcas da violência. A abordagem reflexiva significa privilegiar conteúdos, dinâmicas, espaços físicos e outros elementos que facilitem a troca, a exposição, o contato e a elaboração de forma coletiva.

Os encontros dos grupos reflexivos são plurais em formatação, objetivos e metodologias. Cada facilitador poderá escolher suas ferramentas, dinâmicas e designo de cada encontro, entretanto, o profissional está sujeitado às diretrizes da Lei Maria da Penha, em sua condução grupal e, principalmente à perspectiva de gênero no planejamento e efetivação dos encontros.

Esta perspectiva reflexiva tem como propósito auxiliar no enfrentamento à violência contra as mulheres, tendo em vista que esta prática está em oposição a integridade dos direitos humanos, e sua quebra e prática criminal está atrelada à perspectiva sócio-histórico-cultural acerca dos estereótipos dos papéis, perpetuação da violência e assédio por gênero. É o que chamamos de machismo estrutural.

Como forma de prevenção e intervenção a violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha estabelece diretrizes de práticas, atendimento e acolhimento à mulher nesta situação. Bem como uma prática de intervenção, os grupos reflexivos são considerados ações complementares às ações com as mulheres, visando uma ruptura com a naturalização da violência, abrindo espaço para reflexões sobre desigualdade de gênero e violências.

A partir de uma coesão grupal, o homem autor de violência poderá vivenciar trocas, novas perspectivas e possibilidades de mudança, com a expansão da sua consciência sobre a temática.

Os encontros são semanais e cada um possui uma temática fundamental, como: Lei Maria da Penha, raízes históricas e consequências sociais e psicológicas da violência contra a mulher e a construção sócio histórica acerca das masculinidades, a saúde do homem, os papéis de gênero, resolução de conflitos e comunicação não violenta e projeto de vida. A exposição destes temas visa a implicação cognitiva, expositivas, mas principalmente reflexiva – intencionando o aprofundamento e compreensão dos temas na vida prática.